Acabamos de realizar nossa terceira edição do Viajando com Arte no Egito, a última vez tinha sido a exatos 10 anos, infelizmente depois de 2008 o país entrou em um longo período de turbulência politica que nos manteve afastadas deste lugar fantástico por bem mais tempo do que gostaríamos.
Templo de Philae em Aswan, dedicado a deusa Isis.
Nosso roteiro começou pelo sul do Egito, fizemos nossa base em Aswan, cidade famosa na antiguidade por suas pedreiras de granito de onde saíram muitos obeliscos que foram usados para decorar templos por todo o Egito. Aswan também estava associada com o lugar de nascimento do rio Nilo, (que nasce no centro da Africa) de lá se podia navegar até o delta do mediterrâneo, pois os egípcios faziam todo o transporte via fluvial, por esta razão a roda demorou a se tornar algo comum por lá.
Mercado de especiarias de Aswan.
Nos instalamos no Hotel Old Cataract , este hotel data do período colonial inglês, é um hotel lendário, foi aqui que Ágatha Christie escreveu seu famoso livro – A morte no Nilo.
O hotel fica em um dos tantos oásis a beira do rio Nilo, o lugar é belíssimo, e da sacada do quarto podemos ver o deserto.
Por do sol em Aswan.
Visitamos os grandes templos construídos por Ramsés II, que ficam uns 300 Km ao sul de Aswan, conhecidos como Abu Simbel, a gente chega em um vôo curto de menos de 1 hora.
Os templos são grandiosos, e devido a construção da grande represa de Aswan, eles foram literalmente fatiados e trasladados cerca de 200 m do seu lugar original, para evitar que ficassem submersos pelas águas do lago Nasser, em um empreendimento caríssimo financiado por vários países para salvar este grande monumento reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade.
Aswan tem um mercado bem típico com muitas especiarias, e lá fomos nós, conferir as padarias que assam o pão na hora, comprar o chá mais típico daqui chamado de karkadi, que é o chá de Hibiscus.
Vista do Hotel Old Cataract em Aswan.
De Aswan saem os cruzeiros que sobem o rio Nilo até a cidade de Luxor, são 3 dias de navegação, na minha opinião uma das experiências mais legais para se ter no Egito, pois do barco vamos observando as margens verdes e exuberantes das tamareiras, e logo ali já se vislumbra a imensidão do deserto. Ao longo do caminho vão surgindo templos que a gente visita. A tardinha, o horário mágico, o Egito nos brinda com um por do sol mais lindo a cada dia. Ouvir o chamado para a reza (que acontece 5 vezes por dia) é lindo, emocionante.
deck do barco.
Na segunda noite no barco tivemos uma festa egípcia, todas vestidas como Cleópatras, Nefertaris, Nefertitis, nos divertimos demais.
Durante a navegação até Luxor a gente visita vários templos.
Chegando em Luxor fizemos o passeio de balão ao amanhecer, foi simplesmente espetacular, o dia estava perfeito, o ar límpido e levantar com o sol, junto com outros balões foi especial.
Nestes 10 anos eles se profissionalizaram muito, tudo melhorou, exceto que a gente sempre tem que madrugar, pois além de ser o horário mais bonito, é também o mais seguro, pois normalmente não tem vento.
O templo da faraó mulher Hatshepsut no vale das rainhas em Luxor.
Luxor é conhecida como o maior museu a céu aberto do mundo, você passeia pela cidade e vê o Egito antigo passando pelos seus olhos. Tem dois templos importantes Luxor e Karnac, este último dedicado ao todo poderoso deus Amon – Rá.
E foi no vale dos reis, na margem ocidental do rio Nilo, onde se fez um dos achados arqueológicos mais importantes da humanidade – o tesouro intocado do Faraó Tutankhamon, pelo inglês Howard Carter em 1922.
Hoje a gente visita várias tumbas incrivelmente bem preservadas com pinturas que conservam suas cores originais, mesmo depois de 3000 anos. Mas o tesouro do faraó Thut está conservado no Museu no Cairo.
detalhe do templo de Hatshepsut
Nossa última parada foi o Cairo, que sim é uma cidade caótica, confusa, mas a gente tem que procurar ver a sua beleza. Nossa localização ajudou bastante, ficamos no Four Seasons, cujos quartos dão de frente para o por do sol no Nilo, um lugar privilegiado, perto das atrações mais importantes.
Vista do rio Nilo da sacada do Hotel Four Seasons no Cairo.
Fizemos muitas visitas legais na cidade, algumas fora do circuito normal dos roteiros, como é o caso do enorme Parque Al Azhar, um coração verde no meio da cidade, onde os casais vão para namorar e crianças fazer piquenique com suas classes.
Mercado Khan el Khalili, no Cairo
Ponto alto foi o Sitio de Gizé onde estão as famosas pirâmides e a esfinge, conseguimos um lugar especial para visitar com exclusividade a esfinge de pertinho sem outras pessoas, entramos na pirâmide de Kefrem, andamos de camelo próximo das pirâmides, almoçamos no Hotel Mena House, que tem vista única do sitio. Nos despedimos das pirâmides com o espetáculo de luz e som que conta de maneira bem didática um pouco da história desta civilização.
Para fechar com chave de ouro nossa imersão na cultura do Egito antigo, fizemos uma visita privada ao Museu do Cairo antes da sua abertura. Foram 2 horas inteiras com o nosso acompanhamento mais nosso guia egípcio. Ter aquele museu só para nós, foi um privilégio, pois o museu é pequeno e costuma ficar lotadíssimo.
Final da visita ao Museu do Cairo, como boas brasileiras, cada uma com a sua sacolinha : ) !
Nosso grupo foi muito bacana, super astral e muito parceiro, pois no Egito se acorda muito cedo, para poder aproveitar as horas mais frescas do dia, e todas enfrentaram as madrugadas com muito bom humor.
Foram dias intensos de muito aprendizado e ótima convivência.