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Os cinco jardins mais lindos do mundo by Viajando com Arte

1 – Jardim do Palácio de Verão em Pequim, China

O Palácio e seus jardins foram inteiramente destruídos pelas tropas britânicas e francesas em 1860, na Segunda Guerra do Ópio. Atualmente, a destruição  ainda é vista, na China, como uma agressão estrangeira e uma humilhação. Franceses contemporâneos, como Victor Hugo desaprovaram as ações e na sua “Expédition de Chine“, ele descreveu o saque como, “Dois ladrões entraram neste museu, devastando, saqueando e queimando, e partiram rindo e de mãos dadas com os seus sacos cheios de tesouros; um dos ladrões é chamado França e o outro Britânia”.

Tinha quase cinco vezes o tamanho da Cidade Proibida. Possuíam centenas de pavilhões, templos, galerias,  e lagos. Várias paisagens famosas do sul da China foram reproduzidas nos Jardins Imperiais, centenas de valiosas antiguidades e obras primas da arte chinesa foram guardadas nas suas salas, fazendo dos Jardins Imperiais um dos maiores museus do mundo. 

O Palácio de Verão foi reconstruído pela Imperatriz Viúva Cixi que amava o lugar e apesar de ter seu nome ligado ao fim da Dinastia foi a responsável pela modernização do país no século XIX.

Ao longo da margem sul do lago, está um corredor de 728 metros de comprimento (Changlang) – o corredor mais longo e mais famoso na China, ele serve como um elo entre o Longevity Hill e o Lago Kunming. Cerca de 14.000 pinturas impressionantes de figuras históricas, paisagens, pássaros e flores adornam esse corredor, tornando-o uma galeria fantástica.

Há um barco de mármore na margem oeste que foi construído em 1755, na esperança que o governo da dinastia Qing fosse inexpugnável sob qualquer circunstância.  Um banco ocidental divide o lago em duas porções. Seis pontes graciosas agem como conectores de todo o banco ocidental, entre os quais a Ponte de Cinto de Jade, um dos locais favoritos da Imperatriz Viúva Cixi. 

2 – Jardins de Monet em Giverny, França

Entre os pintores Impressionistas certamente Claude Monet é o mais conhecido e amado. Não é por acaso que sua morada na cidadezinha de Giverny, distante 50 minutos de trem de Paris, esteja entre os destinos mais visitados atualmente.

A casa é um encanto, e os jardins que abrigam o Lago das Ninféias e a famosa Ponte Japonesa, tão retratados pelo pintor em magníficas telas, são uma excelente opção para um passeio pelas cercanias da capital. No local existem somente cópias dos quadros que se encontram em Paris no Museu d’Orsay e no Museu Orangerie.

Mas o determinante para nossa paixão pelo local foi o livro infantil “Linéia nos Jardins de Monet” . Sempre tentei aproximar meus filhos da arte e a história da vida do pintor e sua obra , contada de maneira atraente e acessível através da visão de uma menina é uma graça.

Monet viveu muito tempo na mais completa pobreza, as obras Impressionistas eram consideradas de mal acabadas e os Salões Oficiais não aceitavam nenhum dos pintores que fugiam ao estilo mais acadêmico. Nesta época foi casado com Camille com quem teve dois filhos.

Mais tarde , já viúvo, casou-se com a também viúva Alice Hoshede, que já trazia cinco rebentos, juntos formaram uma grande família e alugaram a casa em Giverny para passar férias. A situação melhorou, as obras Impressionistas começaram a fazer sucesso com o público, então o artista pode comprar a casa e ampliar os jardins que foram usados como inspiração em suas obras.

3 – Jardim Majorelle em Marrakech, Marrocos

“Faz muitos anos que encontro no Jardim Majorelle uma fonte inesgotável de inspiração”

Foi neste local que o famoso costureiro e colecionador de arte, Yves Saint Laurent, pediu para ter suas cinzas espalhadas após sua morte em 2008. YSL e  Pierre Bergé, adquiriram esta propriedade em 1980 e restauraram em todo seu esplendor, criado por Jacques Majorelle em 1924.

Estando em Marrakech, uma cidade quase monocromática em tons de vermelho e ocre , é um deleite ainda maior a visita ao colorido Jardim Majorelle.

Filho de um expoente da Art Nouveau da Escola de Nancy, Jacques Majorelle foi pintor de aquarelas, apaixonado pelo mundo árabe. Chegou à Marrakech em busca da cura para uma tuberculose e da mística oriental, em 1919. Comprou um grande terreno, quase dentro da medina da cidade, e começou uma coleção de plantas que compreendia exemplares dos cinco continentes, com grande ênfase nos cactus.

O jogo de cores é arriscado mas encantador! Os pássaros parece que foram hipnotizados pelos tons fortes de amarelo e azul cobalto, conhecido como azul majorelle, e fazem um coro como música de fundo.

4 – Jardim botânico e Museu de Arte Contemporânea Inhotim, Minas Gerais

Sabe aqueles lugares que te surpreendem em todos os aspectos, Inhotim é muito mais! É mais que um jardim botânico, mais que um museu de arte contemporânea, mais que um exemplo de arquitetura moderna e mais do que eu já vi em qualquer lugar do mundo em todos estes quesitos. Mas o principal é que está no Brasil, em Minas Gerais e poucos brasileiros conhecem!

Os recantos por onde espalham-se os pavilhões que abrigam as obras de artistas  brasileiros e estrangeiros são pensados para terem uma sintonia perfeita com as espécies naturais que lhes abraçam. Os aromas de eucaliptos e acácias estão até agora impregnados na minha memória.

Nas 17 galerias as obras são expostas alternadamente, porém 21 artistas tem pavilhões próprios perenes. Dentre os mais conhecidos estão Tunga, Cildo Meireles , Helio Oiticica e a ex-esposa do mentor , Adriana Varejão. As exposições são sempre renovadas, e galerias são anualmente inauguradas. A intenção é promover o diálogo constante com o entorno de montanhas e mata!

5 – Jardim das Fontes de Peterhoff em San Petersburgo , Rússia

 No século XVIII, sob a dinastia dos Romanov, Pedro, o Grande vai construir uma nova capital e abrir uma janela para o Ocidente. Este Czar queria tirar a Rússia de seu atraso milenar e busca na Europa a inspiração para as reformas. São Petersburgo surge às margens do Mar Báltico como uma legítima capital européia, cercada de canais o que lhe valeram o título de “Veneza do Norte”. Ela não é uma cópia de outra cidade europeia , mas um resumo do que há de melhor em todas.

Peterhoff foi o primeiro palácio construído por Pedro , o Grande às margens do Golfo da Finlândia.  Apesar de todos os esforços, nada impediu que as tropas nazistas se instalassem em Peterhoff durante a II Grande Guerra , em 1941, onde permaneceram até Janeiro 1944.

Foi ali que prepararam  o longo cerco de Leningrado. As forças ocupantes do exército alemão provocaram grandes destruições:  o Grande Palácio foi pilhado e incendiado , obras destruídas e o parque depredado.

Felizmente, pouco depois do fim da guerra foi iniciado um minucioso programa de restauro que conseguiu restituir ao conjunto o seu aspecto primitivo.Peterhoff é uma verdadeira joia da arte e da arquitetura russas, que vai muito para além do Grande Palácio. Na verdade, o conjunto é formado por mais dezenove outros palacetes, vilas e mais de 120 fontes espalhados pelo parque de mil hectares.