Conhecer o Vale dos Reis às margens do Rio Nilo no sul do Egito já é um privilégio para poucos.Mas fazer está visita à bordo de um balão é uma experiência para constar no anais da nossa história.
Uma travel experience na medida do Viajando com Arte!
Saímos ainda noite escura de nosso barco para a aventura! Não preciso dizer que é duro acordar as 4h da manhã, parece que nada vai valer a pena.
O Vale dos Reis é onde localiza-se a necrópole dos Faraós do Antigo Egito, onde suas múmias foram colocadas em enormes tumbas escavadas na rocha e decoradas com a maestria da arte egípcia. Aqui estão as tumbas de Tutankamon e Ramsés II, faraós de uma época onde as antigas pirâmides de Gisé já não cumpriam seu objetivo de manter um sepulcro seguro para a eternidade, pois já haviam sido saqueadas por ladrões de sarcófagos. Mais de sessenta tumbas foram encontradas aqui e escavações continuam sendo feitas na busca de um tesouro intacto como o do Faraó Tutankamon, encontrado em 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter.
As cestas são grandes , comportando 24 pessoas em cada viagem. Mesmo para os mais assustados com os ares, o vôo é tranquilo e a sensação de liberdade vale a ansiedade inicial. Hoje são muitas companhias fazendo os voos , mas estão profissionalizadas e passam bastante segurança. Os baloes são novinhos e coloridos.
Como é muito seco o clima, as noites são frias e o voo cedo pede um casaco mais quentinho.
Nos vôos mais baixos pode-se vislumbrar a vida privada, quase invadindo os quintais das casas de adobe. A simplicidade quase bíblica das moradias e das pessoas é algo que encanta mas também assusta. Por alguns momentos tem-se a sensação de ter voltado no tempo. Práticas de irrigação e plantações seguem as mesmas técnicas do Egito Antigo, e os moradores locais não cansam de acenar para os turistas que invadem seus afazeres.
O cenário é quase lunar, o deserto montanhoso esconde o vale onde as tumbas estão espalhadas. Ao pé da montanha situa-se o Templo da Faraó mulher Hatshepsut, uma das jóias arquitetônicas de Luxor. Visto do alto ele quase se confunde à paisagem.
Apesar de ser um país desértico o Egito é um grande produtor agrícola devido à irrigação que o Rio Nilo permite fazer nas suas margens. Antigamente as cheias do Nilo eram vistas como um dádiva dos deuses, após a construção da Barragem de Assuan as cheias são controladas e a produção de alimentos cresceu muito no país. É surpreendente ver o contraste do ocre do deserto com o verde das plantações.
O Colosso de Menmon atualmente marca a entrada do Vale, mas já foi o portal de um grande palácio destruído pelas cheias do Nilo. Aqui subimos no balão para começarmos nossa aventura!
Enquanto nosso balão era recolhido muitas crianças se aproximavam vendendo quinquilharias ou pedindo alguma propina, um prática bastante usual por aqui. Este trouxe até o burrico do amigo para criar o cenário.
Mas nossa viagem foi das primeiras do dia e outros balões seguem enfeitando os ares até às 8h, quando a calmaria da manhã acaba e seguiremos para visitar a cidade de Luxor antiga capital conhecida como Tebas.
O nascer do sol no Nilo é um evento simbólico desde a Antiguidade. O sol simbolizava o recomeço da vida, era o deus Rá para os antigos egípcios. No leste as cidades eram construídas para celebrar a vida terrena. Na margem oeste ficavam as necrópoles, simbolizando o mundo do além , onde o sol se põe para passar o período de escuridão.