Viajando com Arte

Melhores livros de 2021 – dicas para presente e leitura de férias

Férias é o momento de desopilar , sair da rotina e viajar na imaginação. Sabe aquele presente difícil de escolher , pois um bom livro é sempre bem vindo e bem dado.

Neste momento tão especial , onde o distanciamento nos fez convivermos intimamente com nossa subjetividade e solidão , nada melhor do que embarcar em uma ótima história e deixar o tempo voar. E se for na beira da praia então, na sombra e com a brisa do mar? Melhor ainda!

Você tambem é daqueles que não consegue ver alguém com um livro sem espichar o pescoço para saber o título. Em mim chega a dar urticária e vária vezes ja abordei leitores desconhecidos só para descobrir seu alvo.

Aqui algumas dicas de livros que nos fizeram companhia neste 2021, ainda  tão insólito.

1. A Arte como terapia – Alain de Botton e John Armstrong

Sabe aquele livro que fica na cabeceira e quando a gente precisa de uma inspiração abre em qualquer página e a palavra certa , a frase adequada estão ali? Pois este livro, que foi presente de Natal em 2020,  foi meu companheiro inseparável em 2021. Ele usa exemplos práticos de como a arte pode ser uma ferramenta fundamental, capaz de nos ajudar a levar vidas mais plenas e felizes. Os autores  sugerem uma nova maneira de interpretar a arte: ela tem qualidades terapêuticas e é capaz de oferecer soluções fascinantes para as angústias do dia a dia. Com uma edição primorosa e ricamente ilustrada, o livro reproduz algumas das maiores obras de arte da história. Por meio desses quadros, os autores defendem a ideia de que a arte pode ajudar em nossos dilemas mais íntimos e cotidianos.

2. Tudo é Rio – Carla Madeira

Disparado o melhor livro que lemos em 2021. Carla Madeira consegue escrever com uma economia de palavras, frases curtas e capítulos enxutos e ao mesmo tempo dizer muito e a cada um. Daqueles livros que dá vontade de sublinhar cada trecho e congelar na memória, a autora cria uma narrativa contundente e poética.

Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”

3. Brava Serena – Eduardo Krause

Um livro leve de um autor gaúcho que me surpreendeu pela boa prosa e pela história criativa. Após ter sido obrigado a se aposentar pela empresa onde trabalhou a vida inteira, Roberto Bevilacqua decide deixar o Brasil e se mudar para a Itália. Assim, planeja viver seus últimos anos em Roma, acompanhado apenas de remédios e lembranças. Ele só não conta com um milagre televisivo e com uma amizade que, entre um vinho e outro, vai redefinir o seu modo de encarar a vida, o tempo e o amor.

4. Tudo pode ser roubado – Giovana Madalosso

Tudo pode ser roubado é o romance de estreia de Giovana Madalosso, a escritora é também roteirista de televisão. Uma prosa envolvente e rápida que prende o leitor em sua trama. Em Tudo pode ser roubado, acompanhamos a história de uma garçonete que trabalha em São Paulo. Tal trabalho, no entanto, é classificado pela personagem principal como um talento secundário. Sua habilidade principal seria a sua capacidade de seduzir, transar e furtar itens de valor (principalmente roupas e acessórios de marca) de homens e mulheres que encontra pela cidade. No entanto, sua vida muda quando, durante seu expediente, é abordada por um malandro chamado Biel. 

5. O Deus das Avencas – Daniel Galera

Das angústias de um passado recente à devastação de um futuro plausível: o novo livro de Daniel Galera, O Deus das Avencas, chegou às livrarias trazendo três novelas caleidoscópicas. Há angústias, perdas, barbárie, pontes para alianças e, ainda, a incapacidade de fuga. Além de sua prosa realista que nos conquistou em um dos melhores livros da década,  Barba Ensopada de Sangue , o escritor agora trabalha também com gêneros especulativos — a ficção científica e o pós-apocalíptico.  

6. Mapeador de Ausências – Mia Couto

Adoro o clube de livros TAG , ele nos brinda com novidades, sempre um presentinho especial e uma edição primorosa dos livros. Super indico para quem gosta de ler e ser surpreendido. Este foi uma das edições da TAG em 2021, um Mia Couto gostoso e intrigante. Diogo Santiago é um respeitado intelectual moçambicano. Poeta e professor universitário em Maputo, ele volta pela primeira vez em anos à Beira, sua cidade natal, às vésperas do ciclone que arrasou em 2019. Não se trata apenas de um regresso a certo lugar, mas também o passado longínquo de sua infância e juventude, quando Moçambique ainda era colônia portuguesa. Entre os vivos e os mortos, Santiago revisitará os personagens que fizeram parte de sua história.

7. A Mulher Ruiva – Orhan Pamuk

Depois de naufragar em duas tentativas de ler este turco ganhador do Nobel de Literatura, me surpreendi com o novo romance  (apesar de ter demorado um pouco para engrenar). A história gira em torno de um jovem na Istambul do século passado que, em busca de uma figura paterna, encontra em um cavador de poços um afeto imprevisto. Contudo, o desejo e o medo do desconhecido fazem com que o protagonista  tome uma atitude completamente inesperada que mudará para sempre o rumo de sua vida. Com rara habilidade narrativa, Orhan Pamuk constrói mais um romance memorável sobre as relações humanas e o poder que pequenas decisões exercem em nossa trajetória.

8. Americanah – Chimamanda Ngozi Adichie

Uma história épica de amor e de imigração, um romance arrebatador da premiada autora de Meio sol amarelo. Para mim o melhor que li da autora até o momento. Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.

9. Castelo nos Pirineus – Jostein Gaarder

O autor é muito conhecido pelo seu livro de filosofia pop , “O Mundo de Sofia”. Neste romance ele intriga e faz pensar com o casal Steinn e Solrunn .Por cinco anos intensos na década de 1970, foram felizes. Então tomaram rumos diversos. No verão de 2007, depois de trinta anos distantes, eles se encontram por acaso no terraço de um velho hotel em um fiorde no oeste da Noruega, um lugar intimamente relacionado à separação no passado. Mas terá sido esse encontro, em lugar tão significativo, um mero acaso? Buscando respostas a essa pergunta, e para entender como um relacionamento que prometia ser duradouro pôde acabar subitamente, o ex-casal começa uma frenética troca de e-mails – uma história de amor para discutir o embate entre o racionalismo e a espiritualidade.

10. Como Curar um Fanático – Amós Oz 

Um tema atual , necessário e urgente. Em ensaios lúcidos e ponderados, o ativista político e fundador do Movimento Paz Agora, que defende a criação de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina neste livro, Amós Oz oferece uma visão única sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e ponderada para a solução do conflito entre Israel e Palestina. A brilhante clareza desses ensaios, ao lado da habilidade do autor para iluminar questões tão complexas, confere fôlego novo a esse antigo debate.

Bom verão e boas leituras!