Com a chegada do verão ,vamos fazer uma compilação de posts sobre praias e programas para fazer nesta época no Brasil! Desde as mais conhecidas praias até algumas descobertas, como trilhas e cachoeiras nas serras costeiras.
Quer conhecer uma região ainda muito inexplorada e com milhares de opções de praias, trilhas e restaurantes. Campeche, Armação e Matadeiro: para descobrir o Sul da Ilha de Floripa.
Passei muitos anos indo a Florianópolis no verão , e meu destino era sempre o norte da ilha, praias como Jurerê, Lagoinha ou Ingleses. Passeios ao sul da Ilha se limitavam a uma trilha mais aventureira em Naufragados ou a um almoço especial em Ribeirão da Ilha para comer suas famosas ostras. Este vai ser nosso próximo post!
Ribeirão da Ilha
Pois faz dois anos que meu filho se mudou para a cidade e escolheu para viver na praia do Campeche. Foi como se o mundo tivesse aberto uma nova janela, uma região que temos visto se desenvolver lindamente, uma lugar alto astral com centenas de opções gastronômicas (o maior percentual de restaurantes veganos por metro quadrado) e ainda muito perto do novo aeroporto de Floripa.
Nascer do sol Ilha do Campeche
Ilha do Campeche
Mas vamos as praias , são tantas que vou dividir o post em pedaços.
Com três quilômetros e meio de extensão, a Praia do Campeche é muito frequentada por surfistas e kitesurfistas, devido às características do mar e vento, e pela galera jovem.
Um dos visitantes mais ilustres do Campeche – homenageado com o nome da principal avenida do bairro, a Pequeno Príncipe – foi o escritor e aviador francês Antoine de Saint-Exupèry. Durante a década de 20, Saint-Exupèry era o comandante de um voo do correio francês. Ele fazia escalas em um campo de pouso instalado no Campeche, o que certamente é um dos marcos históricos da comunidade.
O correio aéreo francês Sociêté Latécoère, na década de 20, optou por construiu no Campeche um campo de pouso para reabastecer os voos Paris-Buenos Aires. O escritor Saint-Exupéry era o comandante da rota e parava sempre para descansar. Encantado, fez amizades e ficou um tempo por aqui. Dizem que o nome Campeche surge neste momento, quando o francês dizia Champ et Pêche para designar o Campo de Pesca.
Enfim, sabe-se que o Campo de Aviação marcou história, sendo o primeiro aeroporto internacional do sul do país. E a principal rua do bairro leva o nome de Pequeno Príncipe, principal obra de Saint-Exupéry. Aqui ele acabou ficando conhecido como Zé Perri.
Um dos restaurantes que mais gosto por aqui é o Mercado Sehat. Serve desde um café da manhã delicioso, almoço com buffet à quilo e um maravilhoso cardápio à la carte tailandês. Imperdível.
Além de ser um lugar super charmosinho na rua central , a Ave Pequeno Príncipe!
As areias do Campeche também recebem famílias por conta da grande disponibilidade de hospedagem. Isso torna o Campeche uma das praias mais ecléticas e democráticas da Ilha. A Pousada Ilha Faceira é uma ótima opção à beira mar e bem central
A praia do Campeche não apresenta nenhum marco divisório físico que a separe de suas vizinhas, a Praia da Joaquina, ao norte, e a Praia do Morro das Pedras, ao sul. Ela inicia nas proximidades da Lagoinha Pequena, considerado o limite sul da Joaquina , e finaliza no canto norte da Praia de Morro das Pedras.
Barcos pesqueiros Campeche
Morro das Pedras
A região da Praia do Campeche também é famosa pela paradisíaca Ilha do Campeche, localizada a cerca de 1,5 quilômetros da praia. Há vários passeios de barcos e escunas especialmente para a Ilha. Eles saem da Armação , Barra da Lagoa e no verão botes saem da frente da Ilha, na própria Praia do Campeche.
Lá você encontra uma praia lindíssima e singular, sítios arqueológicos com inscrições rupestres e oficinas líticas com mais de 4.500 anos, trilhas e natureza preservada. Para que gosta de mergulhar, há passeios pelas trilhas subaquáticas conduzidos por monitores. Pode-se avistar cavalos marinhos, anémonas e lindos peixes por entre as pedras.
Barco na Ilha do Campeche
Fizemos um passeio saindo da Barra da Lagoa, imperdível . Uma das regiões paradisíacas em dia de sol e mar calmo.
A Praia da Armação é um dos principais núcleos de pesca artesanal da ilha, com várias comunidades pesqueiras explorando o mar. Junto com Campeche e Pantano do Sul , forma o maior complexo pesqueiro da cidade.
Por do sol Praia da Armação
A antiga Igreja de Sant´Ana ainda é o núcleo centralizador da região,. Convivendo com esta pitada de antiguidade, estão bares, restaurantes, empresas de turismo e surfistas. A sua longa faixa de areia, de aproximadamente 3200 metros (com variação de largura entre 2 e 50 metros), proporciona à praia diferenças nas características naturais. Enquanto que em alguns trechos as ondas são pequenas e calmas, em outros, como o norte, elas são agitadas e propícias ao surf, principalmente na parte chamada de Caldeira. A ausência de repuxo é uma característica das águas.
Logo ao lado sul fica a Praia do Matadeiro, leva o nome em virtude de ter sido o lugar da matança de baleias no século passado. O limite ao sul com a Ponta das Companhas, por onde passa o rio Sangradouro. É a marca que divide a Praia da Armação da Praia do Matadeiro.
Praia da Armação
Durante os séculos XVIII e início do XIX, esta foi a principal atividade econômica da região e trouxe muitas famílias em busca emprego. A grande finalidade da pesca era a extração do óleo das baleias, que era utilizado para iluminação de vias públicas e lamparinas e como argamassa em construções.
Uma baleia de 30 toneladas pode conter cerca de 6 mil litros de óleo. As barbatanas das baleias, que chegavam a cerca de 200 quilos por animal, eram vendidos na Europa. Com elas, produziam-se diversos produtos, como guarda-chuvas, tabaqueiras, piteiras, cachimbos, estojos, bengalas, chicotes, escovas, brochas, penachos, instrumentos de física e química, armações de chapéus, de golas, de mangas, de saias e espartilhos. A carne das baleias não é muito saborosa. Por isso, era dada aos escravos. Por fim, os tendões eram utilizados para a fabricação de cordas.
A pesca de baleias foi, por muito tempo, a principal atividade da coroa portuguesa no litoral catarinense. Isso durou até meados de 1920, quando ingleses instalaram armações nas ilhas Malvinas (Argentina). Eles caçavam as baleias antes de elas chegarem ao litoral brasileiro, além disso, as baleias estavam ficando cada vez mais escassas. Estes fatores levaram à total decadência da economia baleeira em Florianópolis. Sem baleias e com outros combustíveis sendo desenvolvidos, como o carvão e o petróleo, a caça às baleias terminou e as armações foram derrubadas. A proibição da caça no Brasil, entretanto, só veio a ser efetivamente proibida em 1987.
Nos últimos anos, as baleias voltaram a aparecer no litoral catarinense, trazendo mais uma atração para a praia e preservando o turismo de observação.
Não há carros, ônibus, hotéis, cambistas nem barulho de cidade na Praia do Matadeiro. Não há nada além de banhistas, comunidades pesqueiras, surfistas, famílias, restaurantes à beira-mar e natureza, muita natureza.A Praia do Matadeiro é destino de quem gosta de apreciar praias da forma como elas nasceram, apenas água, areia e árvores. Todo o acesso é feito a pé, inclusive o transporte para as casas que levam seus mantimentos de carrinho de mão.
Praia do Matadeiro
Nos meses de inverno uma das grandes atrações do local é a tradição da pesca da tainha. Muitos pescadores se envolvem na retiradas das redes e se você estiver disposto a ajudar a puxar a rede ganha uma tainha de presente.