Viajando com Arte

Vietnã não é sobre guerra.


É sobre uma cultura que resiste, renasce e se reinventa há milênios.

Começamos pelo norte, em Hanoi, onde os séculos convivem sem cerimônia. A cidade é um verdadeiro melting pot: influência chinesa nos templos, francesa na arquitetura colonial, soviética , vietnamita em cada tigela de pho fumegante.

Nas ruas estreitas do Old Quarter, cada ofício ainda carrega o nome da guilda ancestral. É como caminhar por um museu vivo. A herança chinesa aparece nos templos confucionistas e no hábito do chá; a influência francesa vive nas fachadas amarelas, nas varandas de ferro e nos cafés cheios de baguetes e cafés variados ; a marca soviética está nos amplos bulevares; e a cultura local — profunda, resiliente — transborda em cada mercado, cada oferenda, cada tigela de caldo perfumado.


No Old Quarter, cada rua tem o nome de um antigo ofício — prata, seda, ervas, ferreiros — um testemunho de que a cidade nasceu do trabalho artesanal. Ali, os altares domésticos são acesos todas as manhãs, e as flores oferecidas aos ancestrais convivem com o barulho das motos.

Hanoi é tradição e caos em perfeita simbiose.

Por aqui vivemos a cultura mas também a vida do dia a dia em uma experiência de gastronômica de vespa, onde pudemos adentrar as nuances da vida quotidiana e experimentar os sabores in loco.

Seguimos então para SaPa, nas montanhas que encostam na China.

Região das minorias Hmong, Dao, Tay e tantas outras etnias que preservam sua língua, seus trajes indigo, seus bordados simbólicos. É um mundo de cosmologias próprias, onde cada padrão bordado representa proteção, fertilidade, caminhos ou ancestrais.

É um mosaico humano:

Hmong — mestres no tingimento com índigo e no bordado simbólico, onde cada ponto carrega proteção;

Dao Vermelhos — conhecidos por seus cocares vermelhos e banhos de ervas medicinais;

Tay e Giay — agricultores de arroz em terraços, com música e dança que celebram as estações;


Para nós, que vimos a vila dez anos atrás, o choque foi grande: o turismo transformou SaPa, agora repleta de hotéis e luzes de neon.

Nos hospedamos aqui em um dos hotéis mais lindos que já tivemos a oportunidade de conhecer nestes nossos 20 anos de estrada, o Hôtel de la Coupole, um hotel da rede MGallery , conhecido por sua decoração luxuosa e temática que mistura alta costura francesa com o estilo das tribos das montanhas.

Localizado no centro de Sapa, o hotel tem uma piscina fantástica, quartos belíssimos e um design único, sendo um ponto de partida conveniente para explorar a área. 

Mas basta sair do centro para reencontrar a vida de antes — as mulheres tingindo tecidos com índigo natural, o cheiro de madeira nas casas sobre pilotis, crianças brincando nos terraços de arroz que mudam de cor conforme a estação.

Partimos de SaPa em um confortável trem noturno, mais uma parte interessante das experiências vivenciadas por lá!

Encerramos no norte com Halong Bay, que além de maravilhosa, faz parte do imaginário vietnamita desde tempos antigos.

As falésias que surgem do mar inspiram lendas sobre dragões sagrados que teriam criado as ilhas para proteger o povo. Navegar por ali é entrar numa paisagem mítica: águas calmas como jade, cavernas que guardam histórias, um silêncio que parece mais velho que a própria escrita.

O Vietnã, afinal, é cultura.
Uma tapeçaria de povos, narrativas e paisagens que seguem tecendo o país muito além das guerras que o mundo insiste em lembrar.

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